Por: Carlos Albert Nascimento.
Uma estrela flutuou e entrou pela
persiana aberta de minha janela. Uma estrela branca, um floco de neve. Mas como
um floco de neve poderia aparecer a essa época do ano, se estamos em pleno
verão? Não sei, talvez seja só a madrugada.
Existem tantas coisas que ainda não sei,
tantas coisas que estou longe de entender. Levando em conta minha idade já
deveria saber de muitas coisas, entende-las melhor. Mas não, passo por essa
vida sem dela retirar muitos ensinamentos. O tempo não para, e eu parada no ar
sem saber aonde ir.
Semana passada encontrei com um antigo
amigo de colégio. Quanto tempo fazia? Sete, treze, noventa anos que tudo tinha
passado? . Nem me lembro direito desse tempo. Todos tão juntos, promessas que o
tempo não nos separaria, a turma que sempre estaria unida.
O tempo passou e o que aconteceu?
Encontro com um ou outro em ocasiões extremamente separadas. Sorrisos, às vezes
uma cerveja, um sorvete, uma conversa. Engraçado, sempre algo frio. O tempo
passa e leva com ele pedaços de nós.
Meu amigo me disse que estava bem,
trabalhando muito, falta de tempo sempre presente, mulher, filhos, casa na
praia. – “Qualquer dia apareça, vamos reunir a velha turma! O que anda
fazendo?” - O que ando fazendo?! Reunir a velha turma?! – “Vamos marcar um
próximo encontro, te apresento meus filhos, minha esposa.” – Provavelmente
nunca mais nos veremos, ou quando nos esbarrarmos novamente o tempo terá me
levado de sua memória para um já não reconhecimento. O tempo carrega pedaços da
alma, espelhos do que se foi.
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